domingo, 20 de janeiro de 2013

A Igreja Católica Romana nos deu a nossa bíblia?

                             

É comum católicos romanos dizerem que foi a sua igreja que nos deu a Bíblia. Eles muitas vezes dizem isso quando estão defendendo a sua "Sagrada Tradição", de forma que eles possam defender doutrinas não bíblicas, como purgatório, penitências, indulgências, e adoração a Maria. Eles com frequência dizem que a única forma que a igreja cristã teve para saber quais livros seria incluídos no Canon das Escrituras foi através do boca-a-boca da igreja primitiva; ou seja, pela tradição da Igreja Católica.

Infelizmente, esse argumento implica em dizer que a tradição é superior às Escrituras. Note que não estamos dizendo que a Igreja Católica Romana ensina que tradição é maior do que as escrituras. Mas quando alguém diz que a Sagrada Tradição foi a forma pela qual as Escrituras foram dadas, então claramente isso quer dizer que a Tradição abençoou e aprovou a Bíblia. Hebreus 7:7 diz, "Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior." Ao dizer que a tradição católica que nos deu A Bíblia, criamos um efeito psicológico infeliz: elevamos a tradição a um nível superior do que é permitido nas escrituras. Na verdade, a Bíblia diz o contrário:

"Ora, irmãos, estas coisas eu as apliquei figuradamente a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, de modo que nenhum de vós se ensoberbeça a favor de um contra outro." (1 Co 4:6)

A Bíblia nos diz para obedecer a Palavra de Deus, para não ir além do que está escrito, para que não erremos a respeito da verdade. O problema com o status elevado que a Igreja Católica dá à Tradição é que esse status resulta em justificações de várias doutrinas não bíblicas, como rezar para Maria, purgatório, indulgências, obras de justiça, etc. Tendo se desviado das Escrituras, a igreja se aventurou em áreas não-bíblicas. De qualquer forma, a Igreja Católica Romana nos deu a Bíblia? Não.

Em primeiro lugar, a Igreja Católica Romana não existia de fato como organização nos primeiros dois séculos da Igreja Cristã. A igreja cristã estava sob perseguição, e encontros de igreja oficiais eram bem arriscados no Império Romano. Catolicismo, como organização cuja figura central está localizada em Roma, demorou a acontecer, apesar de católicos dizerem que o primeiro papa foi Pedro.

Em segundo lugar, a Igreja Cristã reconheceu o que era parte das Escrituras. A Igreja não o estabeleceu. Isso é uma diferença muito importante. A Igreja Cristã reconhece o que Deus inspirou, e pronuncia esse reconhecimento. Em outras palavras, a Igreja somente descobre o que já era autêntico. Jesus disse "As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem;" (Jo 10:27). A igreja ouve a voz de Cristo. Só isso, ela reconhece o que é inspirado e segue a Palavra. A igreja não adiciona nada à Palavra, como a Igreja Católica Romana fez. Logo, a Igreja Católica Romana não está seguindo a voz de Cristo.

Em terceiro lugar, a Igreja Católica Romana não nos deu o Velho Testamento, que é a parte das escrituras que Cristo e os apóstolos citaram e usaram. Se a Igreja Católica quer dizer que nos deu a Bíblia, como eles podem dizer que nos deram o Velho Testamento, que é parte da Bíblia? Eles não o fizeram, obviamente. O fato é que os verdadeiros seguidores de Deus reconhecem o que é ou não inspirado. Os judeus sabiam o que era inspirado por Deus, e eles reconheciam o que Deus havia inspirado. É isso que aqueles que pertencem a Deus fazem.

Quarto, quando os apóstolos escreveram os documentos do Novo Testamento, eles foram inspirados pelo poder do Espírito Santo. Não havia discussão a respeito se os documentos eram ou não autênticos. O que eles escreverem não precisava ser considerado digno de inclusão no Canon das Escrituras por um grupo de homens na Igreja Católica Romana. Na verdade, pensar isso é, em efeito, usurpar o poder natural, e a autoridade do próprio Deus em relação ao Canon.

Por fim, as Escrituras dizem, "sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo." (1 Pedro 1:20-21). A Bíblia nos diz que as Escrituras são inspiradas pelo Espírito Santo. Logo, a própria natureza desses documentos inspirados é o que carrega o poder e a autenticidade dos mesmos. A eles não são dados poder e autenticidade através de declarações eclesiásticas.
Conclusão

A Igreja Cristã meramente reconhece a Palavra de Deus (Jo 10:27). A autenticidade dos documentos do Novo Testamento vem da inspiração de Deus, através dos apóstolos, ao invés de vir da declaração da Igreja Católica. Isso é muito importante. A Igreja Cristã reconhece o que Deus ordenou que estivesse na Palavra de Deus através da sua inspiração soberana. Quando a Igreja Católica se coloca como a fonte das Sagradas Escrituras, ela está na verdade se colocando acima da própria palavra de Deus, inspiração soberana. E precisa se arrepender .


Fonte : http://carm.org/a-igreja-cat%C3%B3lica-romana-nos-deu-a-nossa-b%C3%ADblia

Um comentário:

  1. Glória a Jesus!

    Não que eu me ocupe em apontar, julgar, criticar ou acusar algum ser humano, grupo de pessoas, religião, instituição, etc, pois me consideraria - se me ocupasse com tal atividade - usando de forma irresponsável o tempo precioso que Deus me dá para administrar com seriedade. Mas me ocupo (e creio que me traga edificação) em analisar idéias (onde quer que se encontrem, e até mesmo dentro do rebanho que me suporta), à luz da Santa Bíblia.

    De fato, se nenhum concílio humano houvesse até hoje "reconhecido" a Palavra Escrita de Deus como tal, Ela (a Escritura) não deixaria de ser o que sempre foi e sempre será- a Santa Palavra de Deus.

    E se surgir algum concílio negando a Escritura como Palavra de Deus, Ela (a Escritura) não deixará de ser o que sempre foi e sempre será- a Santa Palavra de Deus.

    No excelente estudo disponibilizado aqui pelo Ir. Álvaro, senti falta (junto com as idéias de purgatório, penitências, indulgências, e mariolatria) de que fossem citadas também:

    a) IDOLATRIA camuflada (dizendo que se trata apenas de "veneração" ou de petições a seres humanos supostamente "santos" e a "anjos");

    b) INVOCAÇÃO DE MORTOS, (dizendo se tratar da "intercessão dos santos" descrita na Bíblia, quando, na verdade, está clamando e rogando a pessoas já falecidas para que (supostamente) possam interceder diante de Deus em seu favor e/ou agir diretamente sobre circunstâncias da vida do pedinte);

    c) ABERTURA DA ALMA DO PRATICANTE AOS DEMÔNIOS, mediante adoração à criatura ao invés de ao Criador (dizendo que está apenas reverenciando) e mediante invocação de espíritos (dizendo que está apenas "praticando a intercessão dos santos" que a Bíblia diz).

    EM TEMPO: A observação acima refere-se exclusivamente a idéias, não se dirigindo a pessoa alguma, grupo algum, instituição alguma, nem religião alguma- pois o que Deus aborrece é o pecado, e não o pecador.

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