sábado, 16 de fevereiro de 2019

Relativismo Irracional


Os relativistas morais são rápidos em sua negação de padrões morais objetivos, mas, ao mesmo tempo, são os primeiros a protestarem objetivamente contra as maldades de Hitler​ ou de qualquer outro sujeito.
Ora, se é correta a posição relativista que diz que tudo é uma questão de discurso, e que sendo assim, não existe padrão objetivo acerca da moralidade, não faria diferença alguma definir Hitler como um santo ou como um ditador assassino. Os relativistas sabem disso, mas não assumem as implicações de sua posição.
Mas esse é apenas o problema moral. Existe também o problema lógico. Quando o relativista diz também "que fatos objetivos não existem", termina sendo, em seu discurso, um fato objetivo de  que "fatos objetivos não existem". Do contrário, ele não teria feito a afirmação. Quem afirma algo, afirma baseado em conhecimento, do contrário, não teria feito ou não deveria ter feito afirmação alguma. Se o relativista ou qualquer pessoa faz afirmações do tipo " isso é assim, aquilo é assim, etc." é porque tal pessoa se auto-proclama, em algum nível, conhecedora do que afirma. Do contrário, não teria feito afirmação ou não deveria ter feito afirmação. Portanto, quando o relativista afirma que fatos objetivos não existem, ele se auto-refuta em seus próprios termos, visto que ele está assumindo, por meio de afirmação, ser fato objetivo que "fatos objetivos não existem". 
Mas se o relativista não tem conhecimento sobre a existência de fatos objetivos e de moralidade absoluta, por que então afirma com ares de certeza inconteste a negação de ambos? Para negar a existência de moralidade objetiva o relativista precisou analisar para concluir com a negação. O problema é que se essa análise foi feita ela sempre vai desembocar em contradição lógica e em problemas morais insolúveis. Portanto, se o relativista analisou, sua análise é contraditória. Mas se ele não analisou, por que faz afirmações para negar moralidade objetiva e fatos objetivos com ares de certeza objetiva?
Conclui-se, portanto, que de uma forma ou de outra o relativismo é insustentável. 
Muitos perceberam isso, e assim abraçam o posicionamento cético de que o conhecimento é impossível. Mas não é preciso pensar muito para descobrir que quem apregoa que o conhecimento é impossível de ser alcançado, está assumindo que já o alcançou. Quem afirma que o conhecimento é impossível de ser alcançado está reivindicando ter conhecimento disso.

Soli Deo Gloria

Álvaro Rodrigues

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Deus como única justificativa válida para a definição objetiva do certo e do errado



Se tudo não passa de um mero produto materialista-evolutivo, não há, portanto, fundamento algum pelo qual se pode derivar qualquer concepção sobre o certo e o errado. Tudo não passa de mera especulação irracional. Ora, a natureza e matéria não nos transmite obrigação moral sobre o que se pode definir como certo ou errado. A natureza não nos revela o dever. As ações tidas ou definidas como moralmente certas ou erradas nascem de leis que definem  que tais ações são certas ou erradas. E, além disto, se há lei, há também um legislador. Assumindo essa perspectiva, somos levados a nos aprofundar ainda mais na discussão: as leis que definem que determinadas ações são certas ou erradas são de fonte objetiva ou relativa?  Se assumirmos que elas derivam de fonte relativa, a consequência lógica é a de que o certo e o errado são também relativos, logo, tais conceitos podem mudar amanhã e não haveria nada de logicamente errado definir como certa as atitudes erradas dos maiores psicopatas da história da humanidade, afinal, tudo é uma questão relativa.

Mas, se por outro lado, assumirmos que o certo e o errado são conceitos objetivos e independem de opiniões, somos obrigados a aceitar que a fonte desses conceitos também é objetiva. Conceitos absolutos, por necessidade, derivam de fonte absoluta. O homem como um ser não-necessário não pode derivar verdades e conceitos objetivos e absolutos. Verdades e conceitos absolutos só podem derivar de um ser absoluto. Desta forma, se o certo e o errado são conceitos absolutos, eles derivam de leis absolutas, e como não há lei sem um legislador, o legislador também precisa, em si mesmo, ser absoluto. Sendo assim, somos levados a conclusão de que um ser absoluto impôs leis absolutas. Deus é um ser absoluto, logo, Deus é a fonte do certo e do errado e não a natureza, o processo evolutivo e muito menos as leis dos homens.

Soli Deo Gloria

Álvaro Rodrigues


sábado, 13 de outubro de 2018

Usando armas para a glória de Deus



Se é verdade que a mente de Deus é superior à mente humana, é verdadeiro, portanto, o fato de que as Leis divinas são superiores às leis humanas. E se as leis divinas são superiores às leis humanas, admitimos, por necessidade, a superioridade do ensinamento moral claramente explicado e defendido pelas Escrituras(que é a mente de Deus) sobre o direito à legítima defesa. Começamos , portanto, afirmando que do Antigo ao Novo testamento o uso de armas para o exercício deste direito é um fato claramente exposto nas Escrituras, e que, neste sentido, seu uso é legítimo( Gn 14:14; Lc 22:36-38). Assim sendo, quando utilizada para o exercício da legítima defesa, torna-se uma forma de glorificar a Deus.

Evidentemente, nem todos os cristãos acreditam dessa forma. São várias as objeções dos cristãos desarmamentistas e cuidaremos de responder, ao menos, as principais dessas objeções.

 Primeira Objeção: " O uso das armas para a legítima defesa não encontra amparo em lugar nenhum da Escritura. 

Resposta: Para os leitores preguiçosos, de fato o amparo não é encontrado. Mas para aqueles que se debruçam e estudam com afinco as Escrituras, o ensinamento sobre a legitimidade do uso de armas para auto-defesa torna-se evidente. Antes mesmo dos tempos da Lei, mais precisamente em Gênesis 14:12 é dito que Ló, sobrinho de Abraão, foi vítima da agressão de alguns reis da época, e no versículo 14, Abraão ARMOU os seus e foi em busca dele visando garantir sua integridade física e protegê-lo.  Já no Novo Testamento, o uso de armas é visto em Lucas 22:36-38 que diz: “Disse-lhes pois: Mas agora, aquele que tiver bolsa, tome-a, como também o alforje; e, o que não tem espada, venda a sua capa e compre-a”. Aqui o Senhor claramente autoriza seus discípulos a comprar uma espada. Alguns cristãos deturpam o texto afirmando que aqui Cristo fala no sentido figurado. Ora, essa interpretação não faz o menor sentido e é desmontada pela própria Escritura em Mateus 26:52, onde claramente se nota que Pedro tinha uma espada literal.
Por outro lado, é um fato cristalino que o cidadão desarmado se encontra em desvantagem em relação ao bandido armado que o agride. Enquanto o bandido está armado, o cidadão desarmado torna-se uma vítima fácil. Sob quais condições o cidadão desarmado irá exercer seu direito de legítima defesa estando em condição de clara desvantagem? Como o cidadão irá se defender sendo alvejado? Usando a barriga? Talvez, colocando os pés? Ou seria melhor usar as mãos? Se o cidadão conseguir parar um tiro com a mão, ótimo. Mas como isso é improvável, temos mais um motivo para armar os cidadãos de bem. Estou convencido de que com uma arma, a possibilidade de abater o agressor é maior

Segunda Objeção: A bíblia em Mateus 5:39 diz que deveríamos oferecer a outra face aos agressores. Não devemos ser vingativos!


Resposta:  Cabe ao objetor provar em qual parte da bíblia a legítima defesa é definida como vingança. Qual texto é base para se chegar a uma conclusão tão estúpida como essa? O indivíduo que sempre levanta esta afirmação pensa ser mais sábio que Deus, pois busca redefinir o que Deus definiu. Em lugar algum da Escritura agir em legítima defesa significa agir por vingança(Ex. 22:2). É bem verdade que em uma situação, alguém, com o argumento de que está se utilizando da legítima defesa, possa ser levado a agir de maneira excessiva, isto é, de maneira vingativa. Por exemplo, quando o bandido já está totalmente rendido, e a vítima, tomada pela raiva por causa do susto do assalto, resolve matá-lo. Mas nessa situação hipotética a legítima defesa deu lugar a vingança, de forma que as duas coisas ainda são separáveis, portanto, não iguais. A legítima defesa é uma coisa, a vingança é outra.  O texto de Mateus 5 fala de atitudes vingativas, não de ações em legítima defesa.

A legítima defesa não é vingança pelo simples fato de não termos escolhido a opção entre ter de agredir ou não, e até mesmo, em último caso, de alvejar ou não o bandido que está nos alvejando. Em uma ação de vingança o indivíduo age de maneira premeditada e assassina, em uma ação de legítima defesa o indivíduo age como último recurso em favor de sua sobrevivência que está sendo ameaçada. 

Terceira objeção: Não posso matar em legítima defesa, pois o livro de Êxodo 20 nos diz: " não matarás".

Resposta:  Em Êxodo 20, o termo não  " matarás",  no hebraico, é "ratsach", que significa "assassinato". O texto não fala do matar como ato último e necessário à sobrevivência pessoal por ocasião do exercício da legítima defesa, mas do ato premeditado de morte sem motivos justificáveis que é o assassinato. Do contrário, o próprio Deus estaria entrando em contradição, pois no mesmo livro Ele diz: "Se o ladrão for achado roubando, e for ferido, e morrer, o que o feriu não será culpado do sangue" (Êxodo 22:2). A resposta é bem simples: Deus nunca definiu "matar em legítima defesa" como "assassinato". Se Deus não definiu assim, quem o cristão desarmamentista pensa que é para definir de outra maneira? Quando o cristão desarmamentista busca definir os termos, ele, com isso, busca ocupar o lugar de Deus e ser mais sábio do que Ele. O que é um claro sinal de idolatria e blasfêmia.

Quarta objeção: Na bíblia, matar em legítima defesa é sempre matar acidentalmente, do contrário, seria assassinato.

Resposta: Errado. No exercício da legítima defesa, é possível também matar como último recurso. Em uma ocasião onde você está sendo alvejado pelo bandido, o último recurso nesse caso é atirar para matar como único meio de sobrevivência. Atirar em regiões não fatais apenas para ferir não seria um bom recurso, pois, provavelmente, o bandido ainda vivo continuaria atirando em você. Nesse caso, não seria assassinato pois a luta da vítima foi pela sobrevivência. A vítima não queria e não buscou a situação; a situação veio ao seu encontro e exigiu dela o último recurso fatal. 


Quinta Objeção: Jesus repreendeu Pedro e o mandou guardar a espada quando este a usou  para cortar a orelha de Malco. Mateus 26:52-54, dizendo:


Embainha a tua espada, pois todo aquele que usa a espada irá perecer pela espada. Ou você pensa que eu não posso agora orar a Meu Pai, e ele me mandaria mais do que doze legiões de anjos? Como, então, pode ser cumprida as Escrituras dizendo que isto deve acontecer?


Resposta: Em primeiro lugar, esta passagem não favorece em momento algum a ideia desarmamentista. Ora, vários motivos levaram Cristo a repreender Pedro. Primeiro: Pedro agiu com imprudência, visto que Cristo e ele, não haviam sido atacados. Segundo: na passagem paralela de Mateus 26:52-54, Jesus diz: "Põe a tua espada na bainha; não beberei eu o cálice que o Pai me deu?” (João 18: 10,1). Aqui Cristo deixa mais claro que a ação de Pedro era imprudente, pois a prisão e a sua  consequente morte estavam decretadas pelo Pai e deveriam ocorrer. A profecia deveria ser cumprida; Cristo deveria padecer pelos nossos pecados e Pedro pecou ao tentar impedir isso. Terceiro: quando Cristo repreende Pedro, Ele não diz " Pedro, jogue a espada fora!", Ele diz "guarde a tua espada(põe tua espada na bainha). Por último, quando Cristo acrescenta dizendo "quem usa a espada irá perecer pela espada", Ele diz isto no contexto da imprudência de Pedro e não como referência ao exercício legítimo da auto-defesa, do contrário, Ele entraria em contradição com o que disse em Lucas 22:36-38 quando ordena os discípulos a comprar espadas. Mas como Cristo não se contradiz, a contradição só pode estar em um lugar, coincidentemente ou não, ela está na genial cabeça do cristão desarmamentista.

Talvez estas sejam as principais e mais conhecidas objeções. Por hora, ficaremos apenas com essas na certeza de responder outras em outro momento. Sendo assim, estou convicto de que a utilização de armas encontra claro amparo nas Escrituras, e encontrando amparo, pode e deve ser utilizada para a glória de Deus. Como diz Paulo: "Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus"(1 Coríntios 10:31). A arma é utilizada para a glória de Deus quando é utilizada dentro dos parâmetros da revelação; isto é, quando é utilizada pelo estado como ministro da vingança de Deus(Romanos 13), e também pelo cidadão comum com a finalidade não de vingança(que cabe apenas ao estado), mas para a auto-defesa pessoal, da família, etc. 
O leitor pode objetar "como alguém pode glorificar a Deus com uma arma?" Ora, e por que não glorificaria? Se defender minha família é um princípio defendido por Deus(1 Tm 5:8), quando adotamos esse princípio, estamos obedecendo a Deus, e quem obedece a Deus, glorifica a Deus com a sua obediência(1 Sm 15:22). Assim sendo, quando o estado cumpre com sua função de ministro vingador de Deus, conforme Romanos 13, utilizando a espada na aplicação dessa vingança, o estado com isso glorifica a Deus e sua justiça. E o cidadão comum, quando utiliza a arma para o exercício da legítima defesa, glorifica a Deus e a sua palavra.

Soli Deo Gloria

Álvaro Rodrigues







domingo, 3 de junho de 2018

A natureza da Verdade,a impossibilidade do materialismo filosófico e a existência necessária de Deus


Historicamente, a tradição materialista remota aos filósofos pré-socráticos e os estóicos, mas o termo materialismo será empregado mais tardiamente pelo filósofo e matemático Gottfried Leibniz em 1702. Em termos filosóficos, o materialismo irá sustentar que a realidade se limita àquilo que é material; aquilo que é palpável; descartada, portanto, qualquer garantia de uma realidade metafísica , isto é, daquilo que transcende a realidade material. Em outras palavras, é a predominância e precedência da matéria sobre qualquer outra coisa. A matéria é posta como primeiro e último princípio na cosmovisão de mundo dos pensadores materialistas. Deste modo, para o materialista, as proposições denominadas verdadeiras, as ideias, pensamentos, a racionalidade e as leis da lógica com seus princípios necessários são admitidos, mas são meros produtos resultantes de processos físicos da mente humana sem ter necessariamente algum tipo de fundamentação em uma mente superior que transcende essa mente humana, a qual chamamos de mente divina.

Se, de alguma forma, a verdade é admitida pelos materialistas, é preciso agora analisar os motivos pelos quais considero a concepção materialista acerca do conhecimento e da verdade uma concepção equivocada, portanto, irracional. E a resposta encontra-se na própria natureza da verdade. Compreendendo a sua natureza, chegaremos aos motivos que nos pode fazer crer que a concepção materialista de verdade contém em si mesma dilemas e contradições.

Em primeiro lugar, analisemos a ideia materialista de que "a realidade corresponde apenas àquilo que é material e que, sendo assim, não haveria garantias de uma realidade metafísica". O materialismo parece andar de mãos dadas com a teoria epistemológica empirista que sustenta a ideia de que o conhecimento é garantido pela observação através dos sentidos físicos do homem. As garantias empiristas acerca da verdade, evidências etc. são todas colocadas nos sentidos físicos do homem. Para o materialista, como eu sei que existe um mundo físico? A resposta seria "porque estamos vendo um mundo físico  em nossa frente". Essa seria a mesma resposta que um empirista daria. Mas, antes de tudo, como eu posso garantir a existência de uma realidade física pelo método empírico? Se os sentidos são falhos e por vezes nos enganam, como devo ter certeza de que o que estou vendo corresponde à realidade? Além das fraquezas dos sentidos, o materialista que adota o empirismo como seu método epistemológico deve lidar com a própria contradição interna de seu empirismo. Se  "todo conhecimento e evidência são garantidos pela observação empírica", qual evidência temos de que "todo conhecimento e evidência são garantidos pela observação empírica"? E qual seria a evidência da evidência de que "todo conhecimento e evidência são garantidos pela observação empírica? O materialista empirista, antes de tudo, precisa justificar o empirismo para ter certeza de que suas reivindicações correspondem com a realidade. Do contrário,  o que sobraria para eles além de uma regressão infinita de tentativas de justificações? Quando afirmo que todo o conhecimento é obtido pelas sensações físicas, como, antes de tudo, sei que estou tendo uma sensação? É porque estou sentido isto? Mas como posso ter certeza e confiar nos meus sentidos se ainda não foi justificado que eles são boas garantias para a certeza do conhecimento?

Observação: Como cristão, não nego a realidade de um mundo físico e material. Mas a certeza que tenho acerca deste fato pode ser derivada exclusivamente por causa do conhecimento de Deus através de sua revelação. O fundamento do conhecimento é Deus, não os sentidos. Os sentidos apenas fornecem a ocasião para o conhecimento, mas não são a origem dele.

Em segundo lugar, o conhecimento é inescapável, pois ele é afirmado até mesmo quando é negado. Como já dito em outros lugares, o ceticismo é auto-contraditório, pois quem revindica que o conhecimento não pode ser alcançado, está reivindicando ter conhecimento disto. Ora, se existe o conhecimento, é evidente que existe o objeto do conhecimento, isto é, a verdade. A verdade existe, mas como já visto, ela não pode ser derivada do materialismo. Tudo o que é material, é por definição não-eterno, no entanto, umas das definições da natureza da verdade é justamente a sua eternidade. Mesmo que não houvesse um universo material a verdade não estaria comprometida, pois seria verdadeira a inexistência do universo material. Se o universo material sempre irá existir, isto também é  verdadeiro. Se a verdade não existisse, seria verdadeiro que a verdade não existe. De forma que a eternidade da verdade é estabelecida antes e apesar de qualquer realidade material. Ora, a verdade é uma proposição resultante de reflexões, e proposições, por definição, são mentais. A verdade, portanto, é mental. No entanto, se está estabelecido o fato de que a verdade é eterna, mas, ao mesmo tempo a mente humana corresponde a uma mente material que, por definição, é não-eterna, somos então levados a uma única conclusão: que a verdade nunca pode ser derivada da mente humana. A natureza eterna da verdade requer que uma outra mente, que não seja temporal ou material, seja o fundamento da verdade. Se a verdade é mental e eterna, ela só pode derivar de uma mente eterna.

Mas não paramos aqui, a natureza da verdade não se limita à sua eternidade. Outra característica da verdade é sua imutabilidade. A verdade não muda. Opiniões  mudam, a verdade não. Mas se, de acordo com os relativistas, a verdade muda, como esses relativistas podem garantir a sua negação acerca da imutabilidade da verdade? Se a verdade muda, a afirmação de que "é verdade que a verdade muda" também mudaria. De forma que as afirmações relativistas acerca da relatividade da verdade também não estariam garantidas. E se não estão garantidas, por qual motivo os relativistas enchem os pulmões com ares de certeza acerca da relatividade da verdade? 

Não é preciso ir muito distante para sabermos que a natureza da verdade é sua imutabilidade. As opiniões diferentes acerca de um fato não mudam a realidade de que o fato está posto. Muitas são as opiniões, mas muitas opiniões estão erradas, e outras certas. É impossível, à luz da razão, sustentar ao mesmo tempo e no mesmo sentido opiniões que se contradizem. Se a lei da não-contradição é verdadeira, e creio que seja, torna-se impossível afirmar que todas as opiniões se equivalem. Se a lei da não-contradição é uma verdade, então, por definição, a negação dessa lei seria uma falsa concepção. Se a verdade muda, a lógica, que é verdade, mudaria. Se a lógica muda, o discurso perderia o sentido e afirmações e negações se equivaleriam, restando aos homens a esquizofrenia discursiva.  Desta maneira, se a verdade é mental, eterna e imutável, ela não pode derivar e muito menos ser confundida com a mente material, pois a mente material, não é imutável, muito menos eterna.

Alguns materialistas descartam a hipótese e a existência necessária de Deus, pois como já dito,  a crença do materialismo é a negação de qualquer certeza metafísica. No entanto, se a verdade existe e , por lógica, ela é inescapável, ela não pode derivar e muito menos se confundir com a mente humana pelas razões acima descritas. Resta-nos apenas atribuirmos por necessidade lógica o fundamento da verdade à uma mente imaterial, eterna, imutável e inescapável. O Deus da bíblia contém características que podem compor a natureza da verdade: Ele é imaterial, eterno, imutável e inescapável. Não foi atoa o que Cristo disse em João 14:6. Ele é de fato o caminho, A VERDADE e a vida. A existência da verdade torna necessária a existência de uma mente divina e superior.

Soli Deo Gloria

Álvaro Rodrigues










terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

A necessidade da lógica implica a existência de uma mente necessária e atemporal




A verdade é mental, mas ela não é temporal. Não é temporal porque ela não depende do homem para ser verdade. A verdade independe do homem. Se o homem não existisse, seria verdadeira a sua inexistência. Se nada existisse, isto também seria verdadeiro. Ora, se a verdade é mental mas não é temporal, ela advém de uma mente que não é temporal, mas atemporal. Por exemplo, a lógica(racionalidade) é um processo mental verdadeiro por necessidade. E é verdadeiro por necessidade porque não existe discurso sem lógica. A lógica é afirmada até em sua negação, porque como já dito acima, essa é a natureza da verdade, e a lógica é verdade. Se a lógica é um processo mental verdadeiro por necessidade, ela precisa advir de uma mente verdadeira e necessária. A mente temporal não é necessária, pois se fosse , não seria temporal. Tudo o que é temporal é finito, portanto, não-necessário. Sendo assim, a lógica advém de uma mente atemporal e necessária, a qual o apóstolo João denomina: Cristo, o Logos Eterno.

Solus Christus

Álvaro Rodrigues