sábado, 27 de junho de 2015

Deus se manifesta em todas as religiões?


Não é novidade pra ninguém que a crença em valores morais absolutos, nos dias de hoje, tem virado motivo de chacota  visto a sociedade atual ser predominantemente relativista em sua concepção de mundo. É levando isto em conta que traremos à discussão, neste texto, um  tema bastante polêmico de nossos dias. Este assunto não é outro senão a questão da possibilidade de Deus se manifestar e salvar à partir dos ensinos de outras religiões além da própria religião cristã. Para alguns cristãos relativistas isto é possível, para cristãos mais conservadores, como é o meu caso, isto é impossível e até incoerente. Qual então seria a ideia mais coerente? É possível acreditar que Deus se manifesta em todas as religiões? Tentarei demostrar a incoerência dos cristãos que acreditam na possibilidade de que Deus se manisfesta em várias religiões, e também demostrarei a minha posição particular.

O cristão relativista diz: "É incoerente acreditar que somente no cristianismo há salvação, pois existem várias nações com culturas e com religiões diferentes que não conhecem nada sobre o cristianismo. Logo é mais coerente acreditar que Deus se manifesta em todas as religiões que existem".

Resposta: Bom, a primeira questão a ser considerada é que o tal relativista deverá demostrar qual a contradição ou erro em crer que somente através de Cristo há possibilidade de salvação. Ora, qual a contradição ou incoerência nisto? O fato de pessoas não conhecerem a Cristo não prova a incoerência da máxima cristã de que há salvação somente em Cristo. A única coisa que fica comprovada nisto é o que a bíblia já relatara em Romanos 1:18-25:


"Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça.

Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.

Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;

Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.

Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.

E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.

Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si;

Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém."


Está aí a resposta bíblica para os relativistas religiosos. 

O fato de existirem várias religiões só demostra uma única coisa: A DEPRAVAÇÃO E CEGUEIRA HUMANA. Os homens deteram A VERDADE DE DEUS em injustiça. Deus tem apenas uma verdade; isto é ser coerente. Não pode existir mais de uma verdade em Deus; uma contradizendo a outra. Não faz sentido a máxima relativista de que Deus se manifesta em todas as religiões. Por quê? Simples, porque isto faria de Deus um ser contraditório, com vários princípios doutrinários e morais auto-excludentes. Que tipo de deus é esse que se manifesta no budismo afirmando que Cristo "Foi um grande Mestre e passou muitos anos de sua vida em mosteiros  budistas no Tibet e na Índia. (Para os budistas ocidentais, Jesus é um homem iluminado), mas que no cristianismo diz que Jesus é o Verbo que se fez carne e habitou entre nós (Jo 1.1,2,12, 14)? Que tipo de deus contraditório é esse que diz que Cristo, no judaísmo histórico, não é o messias, mas no cristianismo Ele é o Messias? Que tipo de deus contraditório é esse que através do cristianismo diz que a salvação é pela fé em Cristo, enquanto que, através de outras religiões, a salvação é por obras de caridade, e que fora da caridade não há salvação? Que deus contraditório é este que revela, através do islamismo, um Cristo que é apenas um profeta e mensageiro de Deus, enquanto que no cristianismo revela Cristo como o Deus encarnado? Isto sem falar das outras religiões cada uma com seus dogmas e ensinos auto-excludentes. 

Diante destes fatos, penso não fazer muito sentido acreditar em um deus que se revela de uma forma para os cristãos, e contradiz o que revelou para os cristãos quando se relaciona, por exemplo, com os budistas. Desta forma, não se sustenta logicamente a crença de que Deus se manifesta em todas as religiões.

Qual seria então, por exemplo, dessas crença citadas acima, a que faria mais sentido?  Ora, em primeiro lugar penso que se acreditarmos EM CADA PALAVRA ditas pelo próprio Cristo, ficará difícil negarmos sua divindade e outras verdades que são negadas justamente por essas religiões já citadas(Budismo, Islamismo, Espiritismo, Judaísmo). O problema de muitas dessas religiões e de outras, que contemplam Cristo como apenas um "bom mestre da moral ou profeta", é que de forma subjetiva selecionam as passagens bíblicas que são de seus interesses e desconsideram aquelas que claramente atestam a divindade do Cristo e outras verdades relacionadas a Sua pessoa. O que também é muito incoerente, por quê? Porquê estes mesmos religiosos usam a bíblia até onde ela lhes satisfazem.E quando assim o fazem, argumentam que " a bíblia não é infalível e contém muitos erros, sendo assim, não devemos considerar tudo o que Cristo disse". Bom, se é assim, como estes religiosos podem afirmar com convicção que Cristo de fato foi um mestre da moral ou profeta? Se a bíblia contém erros, o que garante que estes erros não se encontram justamente nas passagens que dão a entender que Cristo fora apenas um grande mestre da moral ou profeta? Se a bíblia é um livro cheio de falhas, como posso ser coerente fundamentando minhas proposições em cima deste livro? Daí nota-se como o relativismo e subjetivismo desses religiosos são incoerentes. Eles não podem sustentar de forma coerente  nem o que eles creem, e querem acusar de incoerência os que creem na verdade absoluta da palavra de Deus revelada, isto é, a Escritura Sagrada.

O cristianismo bíblico é coerente porque de fato aceita tudo o que fora revelado a respeito de Cristo, e não apenas aquilo que o convém. Cristo não é apenas um mestre da moral ou profeta; Ele é Deus. Ele é o padrão absoluto de toda a moralidade e doutrina. Deus não tem várias verdades, ELE É A VERDADE ABSOLUTA E INCONTESTÁVEL. O próprio Cristo diz: "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA, NINGUÉM PODE IR AO PAI, SENÃO POR MIM(Jo 3:16). Ora, dar uma declaração dessa é uma prova incontestável de que Ele não é apenas um mestre da moral; ELE É A VERDADE, ou seja, é o próprio Deus. Só alguém com uma autoridade sobrenatural poderia fazer tal afirmação, do contrário, ou Cristo era louco, ou mentiroso. Se for mentiroso, não pode ser um mestre da moral, pois, que mestre da moral seria ele ao mentir de uma forma tão descarada? Se for louco,  também não seria mestre da moral; seria apenas alguém que não merecia ser levado a sério por conta de sua loucura. 

Alguém poderá dizer " mas e o cristianismo com suas divergências internas? " Bom, de fato existem divergências dentro do cristianismo. Entretanto, estas divergências são em pontos secundários, e não em pontos que comprometam a verdade da escritura. E quando há algo que comprometa a verdade bíblica, tal ensino é considerado herético e anti-bíblico. Ademais, apesar das divergências, não cremos em vários Cristos, em vários deuses(um contradizendo o outro), ou em vários caminhos para a salvação. Por exemplo, a concepção da aplicação da salvação no cristianismo pode variar, mas o Cristo e a salvação são os mesmos. E as diferentes interpretações no cristianismo é demostração apenas da incapacidade humana em compreender totalmente a verdade de Deus revelada na escritura, e não que existam várias verdades. Ou seja, a falha se encontra nestes homens e não na verdade única de Deus. O cristianismo ortodoxo, por exemplo, tem seu credo apostólico como uma confissão que resume a fé autenticamente cristã. Este resumo é crido pelo cristianismo verdadeiro e bíblico.

Desta forma, creio com toda a convicção que Deus se revelou através de seu Filho e de sua palavra escrita, isto é, a escritura(Jo 5:39). E que é mais coerente acreditar que Deus tem apenas UMA VERDADE, mas que os homens, após a queda, buscaram para si outros caminhos mudando assim a verdade eterna e perfeita deste Criador( Rm 1). E que afirmar que Deus se revela em todas as religiões, faz desse deus um ser contraditório. E sendo este deus contraditório, o caminho mais prático seria rejeitá-lo. 


Soli Deo Gloria

Álvaro Rodrigues

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Jesus era a favor do casamento gay?


Atualmente, um dos assuntos mais discutidos, sem dúvida,  é o casamento gay. Tanto na esfera política quanto na religiosa o tema é bastante discutido e estudiosos, conservadores e progressistas, discutem de forma acalorada sobre esta questão. Já demostrei no texto "A ordem natural fundamenta a incoerência do casamento gay"  algumas consequências negativas que a aprovação do casamento gay na esfera civil poderia trazer  para a sociedade. Meu objetivo agora focaliza-se  na questão teológica propriamente dita. Isto devido ao fato de existir pessoas que se auto-denominam cristãs, que buscam legitimar biblicamente o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Este texto será uma breve resposta a esses que se dizem cristãos, não com o objetivo de humilhá-los, mas de demostrar suas incoerências.

Alguns defensores do casamento gay, que se auto-denominam "cristãos", argumentam : " Não existe nenhum verso bíblico que demostre Cristo sendo contrário ao casamento gay. Somente Moisés, os profetas e os Apóstolos eram contrários a isto"


Resposta: À Princípio é bom que se saiba que esta tentativa de dissociar os ensinos de Moisés, Cristo, os profetas e os apóstolos, não significa outra coisa senão descredibilizar a crença histórica do Cristianismo ortodoxo de que a escritura é a inerrante palavra de Deus. Entretanto, estes pseudo-cristãos, tentando achar contradição entre os ensinos de Cristo e dos demais personagens bíblicos, acabam eles mesmos caindo em sua própria armadilha, pois, se a bíblia é contraditória, e não é inerrante, o que garante a eles(defensores do casamento gay) que Cristo seja contrário ao casamento gay ou não? Ora, se o livro em que eles buscam fundamentar a ideia de que "Cristo não era contra o casamento gay" é recheado de erros, como estes defensores do casamento gay podem garantir que Cristo era a favor do casamento gay"? Como eles podem ter certeza disto? Como eles podem fundamentar uma convicção baseando-se em algo que, para eles próprios, não é inerrante mas que contém erros e incoerências? O que garante que a visão deles não esteja errada também?

O segundo ponto é que, mesmo Cristo não falando diretamente sobre casamento gay, ele foi claro em definir o que era, em sua concepção, o casamento legítimo quando disse:


Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea.

Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a sua mulher,

E serão os dois uma só carne; e assim já não serão dois, mas uma só carne.

Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.(Marcos 10:6-9)

Primeiramente fica claro que, para Cristo, o casamento está fundamentado na ordem natural da criação que é universal. E a ordem natural da criação estabelece a realidade da existência de apenas dois sexos; o que passar disto é anti-natural. De forma que Cristo, quando falou isto, se baseava  na ordem da criação estabelecida por Deus, por meio dele mesmo( Cl 1:16), e os apóstolos também fundamentavam sua posição tanto neste princípio natural  estabelecido pelo criador, quanto pela confirmação do próprio Cristo à este princípio natural.

Uma outra questão é que este princípio ou ordem natural faz com que a prática homossexual continue sendo um pecado aos olhos de Deus. Por quê? Porque esta ordem natural(dois sexos/macho e fêmea) estabelecida por Deus, É UNIVERSAL, e não apenas local e restrita aos tempos bíblicos. A prática homossexual é uma quebra daquilo que fora estabelecido naturalmente por Deus : "Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea.  Claro, não estamos querendo classificar a homossexualidade como o maior dos pecados; apenas colocamos esta prática como UM dos pecados resultantes da queda. A queda de Adão afetou o homem em todos os aspectos possíveis. Afetou seu intelecto, vontade, comunhão espiritual com Deus, sua condição física etc(Rm 3).

Muitos defensores da homossexualidade argumentam que o fato de terem tendências homossexuais,  isto por si deveria servir como fundamento para a legitimação da prática homossexual. Ora, se for assim então por que também não legitimarmos as tendências de certos indivíduos referente ao adultério? Sabemos que existem muitas pessoas com tendências à infidelidade, à prostituição, e tantas outras práticas. O que define a legitimidade de uma prática não é a tendência particular de certas pessoas, mas sim se tal tendência é  natural e assim legitimada por Deus. Se a tendência fosse fundamento para legitimar uma prática, a sociedade se auto-destruiria, visto que muitas tendências contrariam a ordem natural das coisas que por Deus foram estabelecidas. Desta forma, a tentativa de certas pessoas em buscar sustentar suas tendências homossexuais baseando-se na escritura, não se sustenta.

Assim sendo, podemos concluir que Deus estabeleceu uma ordem natural, leis e princípios pelos quais a humanidade deve basear-se. E que Cristo em momento algum anulou o que Deus estabeleceu, muito pelo contrário, Ele confirmou e defendeu. E que não há contradição nenhuma entre o que Cristo, Moisés, os profetas e Apóstolos ensinaram. De forma que a palavra de Deus permanece viva e infalível para todo o sempre.

Sola Scriptura

Álvaro Rodrigues